Dirigentes aprovam pauta de reivindicações da base da Federação para a Campanha Salarial 2015

07.07.2015

A Federação dos Bancários de SP e MS (FEEB-SP/MS) realizou nos últimos dias 02 e 03 de julho, a Conferência Interestadual dos Bancários 2015, na Colônia da USCEESP, em Itanhaém. O vice-presidente, Moacir Januário, deu as boas vindas aos presentes em nome da presidência da Federação dos Bancários de SP e MS (FEEB-SP/MS) e do […]

A Federação dos Bancários de SP e MS (FEEB-SP/MS) realizou nos últimos dias 02 e 03 de julho, a Conferência Interestadual dos Bancários 2015, na Colônia da USCEESP, em Itanhaém.

O vice-presidente, Moacir Januário, deu as boas vindas aos presentes em nome da presidência da Federação dos Bancários de SP e MS (FEEB-SP/MS) e do presidente, Davi Zaia – que não pode comparecer à Conferência por motivos de saúde – e fez uma breve reflexão sobre as dificuldades enfrentadas neste ano marcado pela crise econômica, lembrou que para o movimento sindical 2015 já iniciou com lutas para evitar retrocessos para a classe trabalhadora, como as mobilizações contra o PL 4330, agora PLC 30/15, em tramitação no senado.

“O movimento bancário iniciou o ano lutando e brigando contra o PL 4330, que deixou todos nós bastante preocupados não só com o setor bancário, mas com o futuro de todo o trabalhador brasileiro no que diz respeito à terceirização. Esta é uma batalha que ainda está longe do fim e que representa um desafio muito grande, porém, devemos permanecer unidos e fortalecidos, para conseguirmos uma vitória. No que diz respeito aos bancos, estou convencido de que a crise que estamos vivendo afeta aqueles que estão fora do sistema financeiro, a inflação alta têm favorecido os banqueiros, pois empresas e indivíduos recorrem a eles para sanar suas dificuldades e, portanto, não há motivos para esmorecermos durante esta campanha salarial e acharmos que os bancos estão sofrendo algum tipo de dificuldade interna relacionada a esta crise, pelo contrário, a lucratividade continua alta, batendo recordes em relação ao primeiro trimestre do ano passado”, conclui.

Além de Moacir e Jeferson Boava, presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região e um dos coordenadores da Conferência Interestadual, a mesa de abertura foi composta pelo Presidente da USCEESP, Dejair Besson, pelo diretor do Sindicato dos Bancários de Franca e Região, Nilson Antônio dos Santos representando a CONTEC, Ricardo Saraiva, o Big, representando a Intersindical e pelo Presidente do Sindicato de Presidente Venceslau, Sidnei Corral, representando a UGT – Sidnei leu uma carta de saudação aos presentes enviada por Ricardo Patah, presidente da central sindical e também pelos presidentes dos sindicatos presentes no evento.

Durante dois dias, os dirigentes sindicais da base da Federação participaram de intensas atividades que iniciaram com palestras como a análise de conjuntura econômica e bancária, apresentada pelo técnico do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico), o economista Airton Santos, a apresentação do Dr. Fernando Hirsch, sócio do escritório LBS advogados, sobre a terceirização no país e também a exposição de dados do Grupo de Trabalho (GT) da Saúde sobre Afastamentos, realizado por Gustavo Frias, o resultado da base da Federação para a Consulta Nacional dos Bancários 2015 e a palestra sobre Acordo Marco Global, ministrada pela dirigente da UGT, Marina Silva ocorridas no primeiro dia do evento, além das discussões dos Grupos de Trabalho Temáticos e a plenária final, que ocorreram no segundo dia. Os temas discutidos foram: remuneração, emprego, saúde e condições de trabalho e segurança bancária.

As atividades tiveram como objetivo municiar os participantes com a apresentação de dados e cenários para as discussões dos GTs que resultariam nas propostas para a Minuta de Reivindicações da base da Federação que será enviada para a 17ª Conferência Nacional que acontece entre os dias 31 de julho e 02 de agosto, em São Paulo. Participaram da Conferência 180 delegados, 146 homens e 34 mulheres.

Conjuntura bancária

Airton Santos, do DIEESE apresentou dados sobre a economia do país, a lucratividade dos bancos e o impacto das novas tecnologias para o trabalhador bancário. De acordo com o economista, apesar do lucro crescente dos bancários, o cenário estabelecido pela queda da atividade econômica e alta da inflação é altamente desfavorável aos trabalhadores, pois propicia demissões em massas e os sindicatos acabam tendo que trocar a luta por aumento de salário pela luta por manutenção dos empregos.

Cliente Virtual
Outro destaque para a exposição do DIEESE é o fato de que, atendendo às necessidades dos banqueiros de cortes gastos, o atendimento aos clientes está cada vez mais virtual. A tecnologia contribui para que haja um aumento das demissões e redução das contratações já que os bancos vêm investindo cada vez mais no atendimento virtual e desencorajando os clientes a irem até a agência, maximizando os lucros e eliminando gastos com efetivo pessoal.

Terceirização

A apresentação do advogado, Dr. Fernando Hirsch, sobre a terceirização no país, que abordou fatores, como a legislação atual, os possíveis cenários, caso o PLC 30/15 (antigo PL 4330) seja aprovado, e também dados do estudo sobre os malefícios da terceirização. O advogado sustenta que é impossível terceirizar sem haver precarização e sem redução de salários e de benefícios do trabalhador, uma vez que passa a existir “um intermediário na relação”.

Acordo Marco Global

Marina Silva, da UGT expôs aos presentes sobre o Acordo Marco Global, acordo entre a ONU e as grandes corporações como forma de conter a precarização do trabalho frente ao avanço da globalização e à constante necessidade do capitalismo de redução de custos e maximização do lucro. A corporação que assina o acordo compromete-se a cumprir seus 10 princípios em todos os países onde atua. No campo do trabalho, os princípios estabelecidos no Acordo Marco dizem respeito ao combate trabalho escravo, infantil, à promoção do empoderamento da mulher e ao respeito aos direitos fundamentais dos trabalhadores. Trata-se de mais um instrumento do qual os sindicatos podem lançar mão em defesa da classe trabalhadora, conforme a exposição de Marina Silva, da UGT.

“Em 1995, uma cúpula mundial de empresários reúne nos EUA e informam durante este encontro que até 2020 só utilizariam 20% da força de trabalho existente no mundo. Isso se parece com o que estamos vivendo agora? Quantos bancários tínhamos nos anos 1980 e quantos tempos hoje?”, provocou Marina.

Consulta Nacional dos Bancários

Os dirigentes ficaram conhecendo o perfil dos bancários da base da Federação e suas prioridades para a campanha salarial deste ano. 77% são sindicalizados 55% são homens e 45% são mulheres, cor branca ainda é maioria (86%) e maior parte tem entre 05 e 10 anos de banco (32%).

Dentre as prioridades para a campanha salarial 2015, estão: reajuste entre 10,01 e 15% (63%), fim das metas abusivas (45%) e combate ao assédio moral (45%), fim das demissões e mais contratações (35%), fim das terceirizações (28%), adicional de risco de 30% para funcionários de agências, postos de atendimentos e tesourarias (28%), câmeras com monitoramento em tempo real (24%) e fim da guarda das chaves pelos bancários (18%).

Resoluções aprovadas na Conferência Interestadual

A Conferência Interestadual dos Bancários 2015 encerrou com a plenária final que definiu as prioridades da base da Federação para a Campanha Nacional deste ano. Os 180 delegados aprovaram um reajuste de 15% a ser apresentado como proposta na 17ª Conferência Nacional. Também a manutenção do nível de emprego, combate à terceirização e questões envolvendo saúde e condições de trabalho e segurança bancária constituem os eixos prioritários.

Emprego

As propostas aprovadas foram: Combate à terceirização com arquivamento do PLC 30/15 (conhecido anteriormente como PL 4330 quando tramitava na Câmara Federal), ratificação da Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), referente à demissão imotivada. Os delegados aprovaram também uma moção em defesa do emprego dos no HSBC. Quanto à PLR, os delegados votaram pela manutenção do modelo atual.

Saúde e condições de trabalho

Principal preocupação da categoria bancária no que se refere à saúde e condições de trabalho, o fim das metas abusivas foi aprovado via Protocolo de Vendas Responsável. Também foram aprovadas, a ampliação do período de amamentação para 12 meses, que atualmente é assegurado pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) por seis meses apenas e também a realização de exame demissional específico para esta e não mais a utilização dos exames periódicos para esta finalidade.

Segurança bancária

No quesito segurança bancária, aprovou-se a ampliação para todo o país, do projeto-piloto que está sendo aplicado em Pernambuco no Recife, em Jaboatão do Guararapes e em Olinda, um conjunto de medidas que inclui: a instalação de portas com detectores de metais, câmeras internas e externas, biombos, entre outros.

Foto: Júlio César Costa
 

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