
Negócio foi anunciado nesta segunda-feira, 28, e vem para acelerar crescimento do banco fundado em 2019 por ex-sócios do BTG Pactual; aporte deve adiar projetos de IPO do C6
Altamiro Silva Júnior, Fernanda Guimarães e Fernando Scheller, O Estado de S.Paulo
28 de junho de 2021 | 13h38
O banco americano JP Morgan Chase anunciou nesta segunda-feira, 28, a compra de uma participação de 40% do banco digital C6 Bank, fundado em 2019 por ex-sócios do BTG Pactual. Trata-se de mais um capítulo na “guerra” pela liderança dos bancos digitais no Brasil, em um campo cada vez mais disputado. O investimento deve ser usado para acelerar o crescimento do C6, que hoje tem 7 milhões de clientes. O valor da compra foi de aproximadamente R$ 10 bilhões, apurou o Estadão.
Uma das principais consequências da compra do C6 é o investimento do JP Morgan em uma operação local de varejo – o que seria uma intenção antiga do banco americano. Não foi o único investimento na área, já que recentemente a instituição também comprou uma operação do gênero na Inglaterra.
De acordo com fontes, a operação com o JP substitui, pelo menos de forma momentânea, a intenção do C6 em partir para um IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês). A negociação entre os bancos não teve caráter "relâmpago". Pelo contrário: as conversas começaram há cerca de cinco meses, segundo apurou o Estadão.
Há duas semanas, o Nubank, principal referência nessa área, recebeu um aporte de US$ 1,15 bilhão que incluiu a participação do megainvestidor Warren Buffet. Agora, é a vez de um gigante americano entrar no C6, que vinha correndo por fora nesse mercado. Os termos financeiros da transação não foram divulgados.
O C6 vinha em forte crescimento, mas operava no vermelho. No ano passado, de acordo com a própria instituição, seu prejuízo líquido foi de R$ 607 milhões. O patrimônio líquido consolidado do banco era de R$ 723 milhões no fim do ano passado. A empresa também vinha captando aportes para financiar seu crescimento: em dezembro de 2020, arrecadou R$ 1,3 bilhão de investidores privados de clientes do Credit Suisse. Na época, o valor de mercado do C6 era estimado em R$ 11 bilhões.
“Estamos felizes em fazer essa parceria com um dos bancos digitais que mais crescem no Brasil”, disse Sanoke Viswanathan, CEO de varejo internacional do JPMorgan Chase, em comunicado. “Admiramos a estratégia e a gestão do C6 Bank. Com uma plataforma impressionante de produtos e serviços, eles estão bem posicionados para manter a trajetória de crescimento e construir uma grande franquia.”
“A parceria com o JPMorgan Chase, o maior banco do Hemisfério Ocidental e uma das marcas de banco mais prestigiosas do mundo, é um divisor de águas”, diz Marcelo Kalim, CEO e cofundador do C6 Bank, no mesmo comunicado. “Essa parceria estratégica nos permite ganhar ainda mais escala no nosso negócio e continuar oferecendo aos consumidores brasileiros os melhores produtos financeiros.”
Além dos 40%?
O sócio da Spiralem, consultoria de inovação para o mercado financeiro, Bruno Diniz, afirma que aquisição por parte do JP é “estratégica e alinhada” com outras movimentos vistos em outros mercados, como no Reino Unido, onde a instituição norte-americana anunciou investimento no lançamento de um banco digital.
“O mercado brasileiro é de alto crescimento, e o C6 já é um banco com estrutura de instituição financeira, conseguindo já agregar diversas soluções, incluindo pessoas físicas e jurídica. Me parece estratégico. Não estranharia que o JP avance esse percentual (para além dos 40% no C6)”, frisa o especialista.
O JP Morgan atuou como assessor financeiro exclusivo do JP Morgan Chase e o Credit Suisse atuou como assessor financeiro do C6 Bank.
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