
Os bancários e a diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos e Região paralisaram nesta quinta-feira, 19, 1º dia da greve, 90% das unidades bancárias em Santos e S.Vicente e 70% das agências em Cubatão, Guarujá e Praia Grande. Os banqueiros estão irredutíveis e oferecem reajuste de 6,1%, índice abaixo da inflação, a categoria reivindica 11,93%. A data-base do Acordo Coletivo dos bancários é 1º de setembro, a greve é nacional e segue por tempo indeterminado.
Segundo Eneida Koury, Secretaria Geral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, o primeiro dia de greve transcorreu com tranquilidade porque o Sindicato organizou-se para avisar a população, desde a semana passada, através da imprensa, com o carro de som, além da distribuição de cartas abertas. “A população e os trabalhadores estão nos apoiando contra a intransigência dos banqueiros”, conclui.
“Depois de quatro rodadas de negociações a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) disse não para quase todas as reivindicações. Infelizmente tivemos que partir para a greve, uma prerrogativa do trabalhador, respaldada pela Constituição Nacional. O assédio e a demissão em massa de bancários (as), para bater metas, é uma realidade dura dentro dos bancos. Os banqueiros diminuem salários e estão pressionando deputados para retirar direitos dos trabalhadores com a terceirização”, alerta Ricardo Saraiva Big, Presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Por outro lado, os bancos ganharam 30 bilhões nos primeiros seis meses deste ano, aumentando os juros cobrados da população e demitindo trabalhadores. “Os clientes são obrigados a esperar horas nas filas, os bancários acumulam funções e os banqueiros se divertem com os lucros gigantescos”, diz Big.
Greve é constitucional
A greve é um direito do trabalhador, previsto na Constituição e regulamentado pela Lei Nº 7.783/89. É garantida pelo Estado porque é a única forma de o trabalhador exercer pressão por seus direitos diante de uma negociação fracassada com o empregador. O direito de greve existe para equilibrar a correlação de forças, já que o empregador detém o poder econômico.
Terceirização é objetivo dos banqueiros
Segundo o Presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, esta situação vai piorar se o Projeto de Lei 4330, da terceirização e de interesse do empresariado, for aprovado no CONGRESSO NACIONAL. “A proposta visa escancarar o uso de trabalhadores terceirizados em diversos setores e reduzir direitos”, esclarece.
DIEESE
Segundo estudos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), quem trabalha em firmas terceirizadas: – Recebe salário 27% menor que o contratado direto; – Tem jornada semanal de 3 horas a mais; – Permanece 2,6 anos a menos no emprego do que um trabalhador contratado diretamente; – A rotatividade é maior – 44,9% entre os terceirizados, contra 22% dos diretamente contratados; – A cada 10 acidentes de trabalho, oito acontecem entre os trabalhadores terceirizados. O número de óbitos no local de ofício é cinco vezes maior do que entre os contratados diretos, nos setores petrolífero e elétrico.
As reivindicações dos bancários
> Reajuste salarial de 11,93%
> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas e do assédio moral que adoece os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
Fonte: Imprensa do Sindicato de Santos
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