Estrutura organizacional adoece trabalhador, diz Maria Maeno

29.04.2014

O tema “Saúde dos Bancários: perspectivas e desafios” abriu o Ciclo de Debates em comemoração aos 60 anos de fundação do Sindicato dos Bancários de Campinas na última quinta-feira, 24, na sede da entidade. A médica do trabalho Maria Maeno, pesquisadora da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), entidade ligada […]

Foto: Júlio César Costa

O tema “Saúde dos Bancários: perspectivas e desafios” abriu o Ciclo de Debates em comemoração aos 60 anos de fundação do Sindicato dos Bancários de Campinas na última quinta-feira, 24, na sede da entidade. A médica do trabalho Maria Maeno, pesquisadora da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), entidade ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego, destacou em sua fala que a estrutura organização do trabalho adoece os bancários. O ritmo intenso do trabalho, a frequente cobrança por metas, assédio moral e o incentivo à competição entre colegas, segundo a pesquisadora da Fundancentro, aniquilam a saúde do trabalhador bancário. “Adoecido, o bancário enfrenta um novo problema ao pleitear afastamento do trabalho para tratamento médico. As perícias médicas são absurdas. Tendem a descaracterizar o vínculo da doença (LER e transtorno mental, na maioria dos casos) com o trabalho. Apontam como origem uma doença degenerativa. O diagnóstico dos médicos não é técnico, mas político, ideológico. Os médicos ficam do lado do capital”.

Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, em sua fala resgatou as recentes conquistas da categoria; entre elas, o protocolo de combate ao assédio moral (programa de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho, em 2010) e a criação do grupo de trabalho para analisar as causas de afastamento do trabalho, em 2013. O diretor de Saúde do Sindicato, Gustavo Frias, disse que “saúde não é só ausência de doença. É necessário qualidade de vida”. Gustavo frisou que as doenças ocupacionais que mais atingem a categoria são as LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e transtornos mentais. Segundo o diretor do Sindicato, com base em dados do INSS, em 2012, mais de 21 mil bancários foram afastados do trabalho; desse total, 25,7% por transtornos mentais.

Livro: 60 anos

Após abrir o Ciclo de Debates, o presidente do Sindicato, Jeferson Boava, lançou o livro “Plano de Atuação 2013-2016”. Além da tese da diretoria do Sindicato aprovada no 5º Congresso dos Bancários, Financiários e Cooperavitários, realizados nos dias 9 e 10 de agosto do ano passado, em Louveira, o livro retrata a trajetória do Sindicato nas seis últimas décadas. Os diretores do Sindicato, inclusive, já iniciaram a distribuição do livro.

Dia 15 de maio, sistema financeiro em debate

O segundo debate do Ciclo acontece no dia 15 de maio, com o seguinte tema: Reestruturação do sistema financeiro: para onde caminham os bancos. O debate terá a participação do professor de economia da Unicamp, Fernando Nogueira, Regina Camargos, técnica do Dieese, e Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.

Movimentos sociais

O terceiro e último debate vai acontecer no dia 22 de maio, também na sede do Sindicato. Tema: Movimentos sociais – representação política. Três debatedores: Davi Zaia, presidente da Federação dos Bancários de SP e MS e deputado estadual, José Dari Krein, professor e pesquisador do Cesit/Unicamp, e Antonio Augusto de Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

Fonte: Sindicato dos Bancários de Campinas

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