Resposta dos bancários será mais mobilização
Nova rodada dia 25
Ao adiar qualquer proposta econômica para o próximo dia 25, a Fenaban aposta no confronto. É o que se pode concluir da quarta rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, realizada hoje (16), em São Paulo, quando os Bancos não apresentaram nenhuma proposta sobre remuneração. Nem índice de reajuste, nem aumento real, nem PLR. “O descaso da Fenaban, completo desrespeito, frustra as expectativas, mas não diminui o ânimo, a disposição de luta da categoria”, avalia o secretário geral da Federação dos Bancário de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB-SP/MS) e integrante do Comando, Jeferson Boava.
Para o Comando Nacional, a postura da Fenaban em não apresentar propostas em quatro rodadas de negociação, exige da categoria bancária uma resposta unitária e forte. “O clássico jogo da enrolação dos Bancos, de adiar qualquer proposta, na verdade busca medir a temperatura da categoria. O momento, portanto, requer intensificar ainda mais a mobilização, as jornadas de luta. É decisivo que os bancários, junto com o seu sindicato, deixem claro que salário decente (com reposição da inflação e aumento real), emprego, condições humanas de trabalho (saúde, metas com regras) e distribuição da sempre alta lucratividade são reivindicações prioritárias”, destaca Jeferson Boava. Segundo ele, a categoria já mostrou como quebrar a resistência dos Bancos. Neste ano, tudo indica, não será diferente nos Bancos privados e públicos.
Na quarta rodada foram negociadas as seguintes reivindicações
Reajuste de 16%
O reajuste de 16%, reivindicado pelos bancários, inclui reposição da inflação mais 5,7% de aumento real. Nos últimos 10 anos (2004 a 2014), a categoria bancária conquistou aumento real de 20,7%. O Comando alertou, durante a negociação com a Fenaban, que não aceitará retrocessos.
PLR
Estudos do Dieese apontam que quanto maior o lucro do Banco, menor tende a ser o percentual de distribuição na forma de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Os percentuais do Bradesco e do Itaú, por exemplo, foram 6,70% e 5,40%, respectivamente, sobre o lucro líquido de 2014, mas já chegaram a pagar 14% em 1995, quando os bancários começaram a negociar a PLR.
Diante deste quadro desproporcional, a categoria está reivindicando PLR de três salários mais parcela fixa de R$7.246,82. Na hipótese de prejuízo, os trabalhadores querem a garantia do pagamento de um salário mínimo do Dieese, referente ao mês de divulgação do balanço.
Os Bancos sinalizaram para a manutenção das regras do ano passado com correção, mas ficou de apresentar um pacote global.
14º salário
Como valorização do trabalhado executado pelos bancários, os dirigentes sindicais reivindicaram o pagamento do 14º salário a todos o empregados, inclusive aos afastados e aos que tiveram o contrato de trabalho rescindido. A Fenaban disse não. Argumentou que não há justificativa para mais uma remuneração fixa e que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) já conta com muitos benefícios.
Salário de ingresso
O Comando Nacional também quer garantir o piso inicial, no setor bancário, de R$3.299,66. O valor é equivalente ao salário mínimo indicado pelo Dieese, como essencial para a sobrevivência do trabalhador. A pauta da categoria também propõe o salário inicial de R$4.454,54 para caixas e operadores de atendimento e a criação dos pisos de R$ 5.609,42 para primeiro comissionado e de R$ 7.424,24 para primeiro gerente. Mas também não houve propostas por parte dos banqueiros.
Parcelamento de adiantamento de férias
Os dirigentes sindicais também defenderam a proposta da categoria de que os trabalhadores, por ocasião das férias, possam requerer que a devolução do adiantamento feito pelo Banco seja efetuada em até dez parcelas iguais e sem juros, a partir do mês subsequente ao do crédito. Vários Bancos já concedem essa vantagem aos bancários. Os Bancos assumiram compromisso em discutir e dar resposta.
Reajuste dos auxílios
Outra reivindicação é o aumento no valor dos vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá para R$788,00 ao mês, para cada, correspondendo ao valor do salário mínimo nacional vigente. Os banqueiros, mais uma vez, ficaram de responder futuramente às reivindicações.
Auxílio Educacional
Os bancários ainda solicitaram que as despesas com ensino médio, graduação e pós-graduação sejam custeadas integralmente pelos bancos. Atualmente, o auxílio educacional é estabelecido conforme critério de cada instituição bancária. Nesta clausula, não houve consenso entre os bancos e, consequentemente, não houve acordo.
15 minutos
O debate sobre os 15 minutos de pausa para mulheres antecedendo a jornada extraordinária também foi realizado nesta quarta. Foram feitas as explicações do súbito cumprimento da lei, por parte dos bancos, e do que poderia ser feito para modificar este procedimento. Definiu-se uma pausa no debate enquanto o assunto tramita no STF.
Calendário de negociações
18/9 – Banco do Brasil – Remuneração e Plano de Carreira
18 /9 – Caixa Federal – Contratações, Condições das agências e Jornada de Trabalho
Dia 25/9 – Fenaban
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