Itaú Unibanco adia aposentadoria de Roberto Setubal por dois anos

21.02.2013

Por Vanessa Adachi e Carolina Mandl | De São Paulo Em um movimento não antecipado pelo mercado financeiro, a Itaú Unibanco Holding decidiu prorrogar a idade de aposentadoria de seu presidente, de 60 para 62 anos. Com isso, Roberto Egydio Setubal, 58 anos completados em outubro, ganhará mais dois anos -num total de quatro – […]

Por Vanessa Adachi e Carolina Mandl | De São Paulo

Em um movimento não antecipado pelo mercado financeiro, a Itaú Unibanco Holding decidiu prorrogar a idade de aposentadoria de seu presidente, de 60 para 62 anos. Com isso, Roberto Egydio Setubal, 58 anos completados em outubro, ganhará mais dois anos -num total de quatro – à frente do maior banco privado do país. A alteração, a ser aprovada pelo conselho de administração da instituição, coloca fim à especulação sobre o futuro do seu comando.

A alteração só será válida para o cargo de presidente da Itaú Unibanco Holding. Os demais executivos do banco continuarão respeitando o limite de 60 anos, estabelecido pelo estatuto desde a união de Itaú e Unibanco. Isso vale também para a presidência do próprio Itaú, da qual Setubal sairá ao 60 anos, ficando na holding. Até a fusão, a idade máxima para os executivos do Itaú era justamente 62 anos, enquanto o Unibanco adotava 58 anos como limite.

O adiamento da idade de aposentadoria se dará dentro de uma nova estrutura. A partir de 2015, o presidente da holding terá debaixo de si apenas dois bancos, um de varejo e outro de atacado, num modelo que lembra o que era adotado pelo Unibanco. Até hoje, sob a presidência, havia uma série de áreas segmentadas, como varejo, seguros, cartões, Itaú BBA e outros.

Isso quer dizer que, em 2015, abaixo de Setubal existirão apenas dois executivos principais. Tudo indica que no atacado deve permanecer Candido Bracher, presidente do Itaú BBA. A questão é quem comandará o varejo. Hoje, as escolhas mais óbvias seriam Marco Bonomi ou Márcio Schettini, vice-presidentes responsáveis, respectivamente, por varejo e produtos de varejo. O primeiro veio originalmente do Itaú, enquanto o segundo é um ex-Unibanco.

Em reunião encerrada no início da noite de ontem com a cúpula da instituição, Setubal comunicou essas e outras mudanças que começam a colocar o Itaú na rota do que virá a ser em 2015. "Estamos preparando o banco para o futuro. Ele ganha mais agilidade para voltar a crescer em ritmo forte", disse o vice-presidente Zeca Rudge ao Valor. A estrutura, antes segmentada, foi simplificada para criar mais unidade e coerência, disse ele.

A divisão entre atacado e varejo já começou a ficar mais clara desde ontem. O Itaú BBA passará a atender todas as pequenas e médias empresas com faturamento acima de R$ 100 milhões. Antes, o corte era de R$ 400 milhões. Isso ampliará significativamente a receita e a escala do Itaú BBA.

Já as micro e pequenas empresas com faturamento até R$ 100 milhões migram para o varejo, com Bonomi. Antes, todas as micro, pequenas e médias empresas ficavam numa área à parte no Itaú, comandada pelo vice-presidente José Roberto Haym. Ele se tornará vice-presidente do Itaú BBA, responsável pelas pequenas e médias empresas que chegam.

Márcio Schettini, que cuidava de crédito ao consumo, assumiu também seguros e crédito de veículos e imobiliário. Ou seja, a maior parte dos produtos de varejo foram agrupados com ele. Por fim, Zeca Rudge, também vice-presidente, que já cuidava da marketing, relações institucionais e com a imprensa, pessoas e eficiência, assumiu a área de compras. Eduardo Vassimon, recentemente anunciado como vice-presidente responsável pela área de riscos, assume também controles internos.

Algumas das áreas redistribuídas – seguros, compras e controles internos – estavam sob a guarda de Marcos de Barros Lisboa, que está deixando o Itaú Unibanco. Ele voltará para a vida acadêmica, no Insper de Claudio Haddad. A área de veículos antes era tocada por Luís Otávio Matias, que passa de vice-presidente a diretor, se reportando a Schettini. Caio Ibrahim David, antes diretor, se torna vice-presidente responsável pela área de finanças do banco.

No total, o comitê executivo, formado pelos vice-presidente e presidente, perdeu quatro integrantes e ganhou outros três. Saíram Sérgio Werlang (em janeiro), Marcos Lisboa, Luís Otávio Matias e José Roberto Haym. E entraram Eduardo Vassimon, Caio Ibrahim David e Cláudia Politanski. Cláudia era diretora jurídica e passa a vice-presidente responsável pela mesma área e ainda pela secretaria do comitê e do conselho de administração. É a primeira mulher a assumir um assento no comitê. O comitê executivo ficará com dez integrantes. Além dos já citados, fazem parte dele Roberto e Alfredo Setubal, Schettini, Rudge, Bonomi, Ricardo Marino e Alexandre Barros.

Fonte: Valor Econômico
 

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