
Na última quarta-feira (26), a Justiça do Trabalho determinou que a Caixa Econômica Federal cumpra imediatamente medidas para combater o assédio moral, sexual e a discriminação.
A decisão da Justiça do Trabalho leva em conta as denúncias realizadas em junho por funcionárias da Caixa contra o então presidente Pedro Guimarães, alvo de três acusações de assédio sexual e nove por assédio moral. No final de setembro, o MPT pediu que a Justiça o condene a pagar R$ 30 milhões pelos crimes citados pelos funcionários da Caixa.
Confira as medidas determinadas pela Justiça do Trabalho, segundo o MPT:
Caixa fica proibida de:
- Praticar assédio moral, sexual e discriminação;
- Perseguir empregados que tenham feito denúncias;
- Restringir a promoção de mulheres por terem se beneficiado de ação coletiva;
- Pesquisar o posicionamento político de candidatos a cargos de gestão.
Caixa fica obrigada a:
- Adotar providências em no máximo 30 dias quando receber denúncias de assédio moral e sexual;
- Concluir a apuração do caso em no máximo 90 dias;
- Oferecer apoio psicológico à vítima;
- Oferecer suporte para representação criminal contra o assediador, quando a apuração concluir que houve assédio.
Relembre o caso
Pedro Guimarães foi acusado de assédio sexual por várias empregadas da Caixa, informação divulgada na terça-feira (28), pelo site Metrópoles. Em poucos minutos a notícia ganhou repercussão nacional, em especial na Câmara dos Deputados, onde vários parlamentares pediram em plenário a demissão do executivo.
Segundo a reportagem, no fim do ano passado, um grupo de empregadas ligadas ao gabinete da presidência da Caixa, romperam o silêncio com uma denúncia, ao Ministério Público Federal (MPF), do assédio sexual que vinham sofrendo. Desde então, o MPF toca as investigações em sigilo. Cinco das vítimas falaram à reportagem citada sob anonimato.
Nos testemunhos, elas contam que foram abusadas com toques em partes íntimas sem consentimento, falas e abordagens inconvenientes e convites desrespeitosos, por parte do presidente da entidade. A maior parte dos relatos está ligada a atividades do programa Caixa Mais Brasil, realizadas em todo o país. Pelo programa, desde 2019, já ocorreram mais de 140 viagens, em que estavam Pedro Guimarães e equipe. Nesses eventos profissionais, todos ficam no mesmo hotel, onde ocorria o assédio.
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