Lucro do Banco do Brasil é de quase R$ 10 bi no primeiro semestre

06.08.2021

Lucro cresce junto com sobrecarrega de trabalho e adoecimento de funcionários De acordo com a análise divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Banco do Brasil obteve lucro líquido ajustado de quase R$ 10 bilhões no 1º semestre de 2021, o que significa um crescimento de 48,4% em relação ao mesmo período […]

Lucro cresce junto com sobrecarrega de trabalho e adoecimento de funcionários

De acordo com a análise divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Banco do Brasil obteve lucro líquido ajustado de quase R$ 10 bilhões no 1º semestre de 2021, o que significa um crescimento de 48,4% em relação ao mesmo período de 2020. No 2º trimestre, o lucro foi de R$ 5 bilhões, aumento de 52,2% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Segundo o banco, a redução das provisões para lidar com devedores duvidosos (PCLD Ampliada) e o crescimento da carteira de crédito destacam-se no resultado do semestre. A rentabilidade (retorno sobre o patrimônio líquido ajustado) cresceu 3,9 pontos percentuais (p.p.) em doze meses, chegando em 14,1%. 

Conforme lembra a dirigente sindical, representante da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Elisa Ferreira,  o lucro acontece em uma realidade de fechamento de agências, redução de mais de 5 mil funcionários do quadro funcional e mais clientes. "É um lucro conseguido às custas do esgotamento dos funcionários, o que reflete em adoecimento físico e psíquico. Outro aspecto importante a ser ressaltado é que, apesar do enorme resultado da empresa, o governo, com frequência, vem com o discurso sobre a privatização do BB", ressalta.

De acordo com a dirigente, essa incoerência deixa evidente que a privatização do BB só interessa ao setor privado, ou seja, para quem quer comprar, e não à sociedade brasileirta. "O que devemos discutir é a importância do papel do Banco do Brasil enquanto banco público para ser usado como instrumento de política econômica e desenvolvimentista", destaca. 

Redução do pessoal e sobrecarga
Em um ano, o banco fechou 6.956 postos de trabalho e, do primeiro para o segundo semestre de 2021, essa redução de pessoal se acentuou ainda mais. Somente neste segundo trimestre, no escopo do Programa de Adequação de Quadros (PAQ) e do Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), o banco reduziu seu quadro de pessoal em 2.358 funcionários. Além disso, em 12 meses, foram fechadas 390 agências e 33 postos de atendimento bancário e o número de clientes aumentou em 2,9 milhões.

As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias alcançaram R$ 14,1 bilhões no ano, enquanto as despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, somou R$ 12 bilhões no período. Ou seja, somente com a receita de tarifas e serviços bancários, que representa uma parte ínfima de toda a arrecadação do banco, é possível cobrir todas as despesas com funcionários e ainda sobram 17,4% do valor.

"A redução de agências e de funcionários deixou várias cidades sem um único banco, além de precarizar o atendimento à população. As reestruturações são sempre no caminho de diminuir o atendimento à população de baixa renda enquanto aumenta a estrutura para a alta renda e para as grandes empresas, deixando de cumprir um papel essencial de banco público, que é a bancarização do povo brasileiro", defende Elisa. .

Veja na íntegra a análise do Dieese.

Com informações: Contraf Cut 

Notícias Relacionadas

Congresso aprova PL da igualdade salarial entre homens e mulheres

Texto aprovado em maio pela Câmara dos Deputados recebeu aval do Senado nesta quinta (1º) e agora segue para sanção presidencial O Senado aprovou nesta quinta-feira (1º) o projeto de lei (PL) 1085/23, que garante o pagamento de salários iguais para homens e mulheres que exercem a mesma função. O texto tinha sido aprovado pela […]

Leia mais

COE Santander dialoga sobre Igualdade de Oportunidades com o banco

Movimento sindical aguarda data para debate sobre LGBTQIAP+ e combate ao assédio sexual  Representantes da Comissão de Organização dos Empregados do Santander (COE) se reuniram nesta quarta-feira (31) com o banco  para mais um diálogo sobre o tema Igualdade de Oportunidades. A pauta amplamente defendida pelo movimento sindical faz parte da Convenção Coletiva de Trabalho […]

Leia mais

Combate ao assédio e GDP são temas de reunião entre Sindicatos dos Bancários e representantes do BB

Dirigentes sindicais propõem suspensão do descomissionamento por avaliação     A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), formada por dirigentes sindicais, se reuniu nesta terça-feira (30) com representantes do banco. A reunião ocorreu em formato virtual e tratou de temas como combate ao assédio e avaliação da Gestão de Desempenho Profissional (GDP). […]

Leia mais

Sindicatos filiados