Lucro do BB cai 26% no 4º tri e macroprudenciais afetam crédito no ano

02.12.2020

  Por Carolina Mandl e Filipe Pacheco | Valor Econômico     SÃO PAULO – Despesas maiores com intermediação financeira, pessoal e provisões para crédito influenciaram o resultado do Banco do Brasil no último trimestre. Os empréstimos para empresas e no varejo terminaram 2011 aquém do previsto, afetados pelas medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco Central […]

 

Por Carolina Mandl e Filipe Pacheco | Valor Econômico

 

 

SÃO PAULO – Despesas maiores com intermediação financeira, pessoal e provisões para crédito influenciaram o resultado do Banco do Brasil no último trimestre.

Os empréstimos para empresas e no varejo terminaram 2011 aquém do previsto, afetados pelas medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco Central na virada de 2010 para 2011, apesar de uma recuperação no quarto trimestre.

O BB registrou lucro líquido de R$ 2,972 bilhões de outubro a dezembro do ano passado, o que representa uma queda de 25,7% em relação ao mesmo período de 2010. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, houve um crescimento do lucro de 2,8%.


O lucro recorrente, que exclui itens extraordinários como os relacionados a contingências fiscais e algumas provisões, foi de R$ 3,025 bilhões, valor 18,3% menor que o registrado um ano antes. 

Ao se considerar os números do ano, o lucro líquido foi de R$ 12,126 bilhões, alta de 3,6%.

A carteira de crédito ampliada – que inclui, por exemplo, garantias prestadas – cresceu 19,8% ao longo do ano passado, para R$ 465,093 bilhões. No último trimestre, já com a reversão de algumas medidas de restrição ao crédito adotadas pelo governo, o crescimento foi de 5,3%.

Sem esses itens, a carteira de crédito teve expansão de 18% até dezembro de 2011, somando R$ 422,9 bilhões. Na média, o sistema como um todo teve crescimento de 19%, segundo dados do Banco Central.

O maior crescimento veio da carteira de agronegócios (18,2%), crédito imobiliário (104%) e pequenas e médias empresas (19,5%). No trimestre, a variação dos empréstimos e financiamentos do Banco do Brasil por esse critério foi de 5,1%.

Graças à carteira de agronegócios, o Banco do Brasil conseguiu bater a meta de crescimento da carteira de crédito doméstico em 2011. A instituição projetava expansão de 15% a 18%, ficando em 15,6%. Mas os empréstimos para pessoas jurídicas e físicas ficaram abaixo da expectativa. Para as empresas, o banco previa atingir algo entre 16% e 19%, mas alcançou 14,3%. No segmento de varejo, a meta era de 17% a 21%, atingindo apenas 15,4%. Já no agronegócios, superou em muito a projeção de 8% a 12%.

O banco explicou que as medidas macroprudenciais, que exigiram maior quantidade de capital para operações mais longas, foram responsáveis por parte dos desvios observados.

Segundo informações do banco, a participação do BB no mercado doméstico de crédito era de 19,2% em dezembro de 2011.

A taxa de inadimplência (considerando atrasos acima de 90 dias) estava em 2,1% em dezembro. Um ano antes, havia sido de 2,3%.

Os gastos com provisões alcançaram R$ 2,8 bilhões no quarto trimestre, uma expansão de 35% na comparação com igual período de 2010.

Do lado das despesas com salários de funcionários, os desembolsos somaram R$ 3,9 bilhões de outubro a dezembro. A alta foi de 20,9% em relação a um ano antes. Segundo o banco, três fatores pesaram nos gastos com pessoal: dissídio, provisões para inflação e aumento do quadro (4,7%) para atender o programa de revitalização do varejo.

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