Mais bancários cruzam os braços no segundo dia da greve nacional em Campinas

07.10.2015

Em Campinas e Região, 192 locais de trabalho fechados A greve dos bancários consolidou e ampliou hoje (7), segundo dia, fechando 192 locais de trabalho (agências e departamentos): 103 em Campinas e 89 em 32 das 37 cidades que formam a base do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região. Ontem (6), primeiro dia, a […]

Em Campinas e Região, 192 locais de trabalho fechados

A greve dos bancários consolidou e ampliou hoje (7), segundo dia, fechando 192 locais de trabalho (agências e departamentos): 103 em Campinas e 89 em 32 das 37 cidades que formam a base do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região. Ontem (6), primeiro dia, a greve atingiu 159 locais de trabalho em Campinas e Região; no país, 6.251 agências fechadas, além de centros administrativos, segundo balanço divulgado ontem pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “O crescimento da greve evidencia claramente a disposição de luta da categoria, o envolvimento dos bancários em repudiar a insuficiente proposta dos Bancos. A tendência é a greve se fortalecer e crescer mais”, avalia o presidente do Sindicato e integrante do Comando Nacional dos Bancários, Jeferson Boava.

A firme postura dos bancários em cruzar os braços atinge locais de trabalho do Banco do Brasil, Caixa Federal, Itaú, Bradesco, Santander, HSBC, Safra, Losango e Citibank; entre eles, os prédios do BB no Bonfim e Costa Aguiar, Caixa Federal Centro/Glicério, Itaú Moraes Salles, Costa Aguiar e Centro, prédio central do Bradesco e Santander Centro.

Nesta quinta-feira, dia 8, a greve entra no terceiro dia. Até momento, nenhum sinal da Fenaban, a Federação dos Bancos, que se limitou em dizer que está aberta ao diálogo quando, na verdade, foram os Bancos que interromperam a negociação após apresentar uma proposta global insuficiente, rebaixada: reajuste de 5,5%, quando a inflação acumulada entre setembro de 2014 e agosto deste ano foi de 9,88%, e abono de R$ 2.500,00.

Rentabilidade alta; salário baixo

Para Jeferson Boava, os Bancos reúnem todas as condições para atender as reivindicações da categoria. “A rentabilidade média do patrimônio líquido do setor de Finanças e Seguros brasileiros atingiu 19,1% no primeiro semestre deste ano, bem acima de outros setores; o Comércio teve uma rentabilidade média de 10,2% no mesmo período, a Construção (3,9%) e o Têxtil (3,1%). Em outros setores a rentabilidade média foi negativa. É o caso da Siderurgia e Metalurgia (-18,35%), segundo dados da Consultoria Economática”.

Mais segurança

O presidente do Sindicato destaca que, além das cláusulas econômicas (reajuste de 16%, incluindo aumento real de 5,7%), os bancários têm outras reivindicações prioritárias; entre elas, a Segurança. “A insegurança persiste nas agências. Os Bancos não oferecem proteção à vida de bancários, clientes e usuários. É necessário a instalação de novos equipamentos nos locais de trabalho, seja interna ou externamente. Além disso, a abertura e fechamento das agências deve ser remoto e a guarda das chaves não deve ficar sob a responsabilidade dos bancários”.

Segundo dados da 8ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, elaborada pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Contraf-CUT), com apoio técnico do Diesse, os ataques a Bancos cresceram 7% em 2014, resultando em 3.150 ocorrências em todo o país; em relação a 2013, crescimento de 13,8%. Já os assaltos, incluindo sequestro de bancários e vigilantes, consumados ou não, somaram 777; no país, uma redução de 9,5% em comparação ao ano passado. Em Campinas, no entanto, os roubos dispararam. Entre janeiro e agosto deste ano foram registrados seis roubos; aumentou mais de 500% em relação a 2014, quando ocorreu apenas um roubo, segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), divulgados no final de setembro passado.

Amanhã, dia 8, plenária no Sindicato

O Sindicato realiza amanhã, dia 8 (quinta-feira), plenária para avaliar a greve, na sede em Campinas, às 18h30. “O momento exige conversa entre colegas sobre a mobilização nacional da categoria. É hora de forte pressão. Conclamo aqueles bancários que ainda não se envolveram na greve, a cruzar os braços a partir desta quinta-feira (8)”, frisa Jeferson Boava.

Proposta da Fenaban

Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).
Piso portaria após 90 dias: R$ 1.321,26.
Piso escritório após 90 dias: R$ 1.895,25.
Piso caixa/tesouraria após 90 dias: R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
PLR regra básica: 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.
PLR parcela adicional: 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.
Antecipação da PLR
Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.
Regra básica: 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional: 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.
Auxílio-refeição: R$ 27,43.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta: R$ 454,87.
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses): R$ 378,56.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses): R$ 323,84.
Anuênio (para os remanescentes): R$ 25,83
Gratificação de compensador de cheques: R$ 147,11.
Requalificação profissional: R$ 1.294,49.
Auxílio-funeral: R$ 868,58.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto: R$ 129.522,56
Ajuda deslocamento noturno: R$ 90,67.

Bancários reivindicam
(data-base: 1º de setembro)

Reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real).
PLR: 3 salários mais R$ 7.246,82
Piso: R$ 3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/ babá: R$ 788,00 ao mês para cada um (SM nacional).
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate à terceirização imposta pelo Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015, que tem como origem o nefasto PL 4330/2004.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Foto: Júlio César Costa/Divulgação Sindicato. 

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