
As pessoas mais ricas tendem a se aposentar com menos idade que as mais pobres, segundo um estudo feito pelos pesquisadores Rogério Nagamine Costanzi e Graziela Ansiliero, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
O governo prepara a reforma da Previdência e um dos pontos mais polêmicos em estudo é o estabelecimento de uma idade mínima –de 65 anos, provavelmente– para que a pessoa possa se aposentar.
O estudo aponta que as pessoas com mais escolaridade e que ganham salários maiores normalmente se aposentam na faixa dos 50 anos –com 54 anos, em média–, usando o critério do tempo de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Por outro lado, aponta a pesquisa, os mais pobres tendem a se aposentar somente após os 60 anos, por outra categoria de aposentadoria, a por idade, que exige que a pessoa tenha no mínimo 65 anos (homens) ou 60 anos (mulheres), e menos tempo de contribuição, só 15 anos. A idade média das pessoas que se aposentam por idade é de 63 anos.
Quem não conseguiu os 15 anos de contribuição, tem mais de 65 anos de idade e é de baixa renda pode receber ainda outro benefício do INSS, o BPC/Loas (Benefício da Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social). Quem recebe esse benefício tem, em média, 66 anos, segundo o estudo.
O levantamento usa dados de 2014 da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Começam a trabalhar antes, mas de forma informal
Uma crítica frequente à idade mínima para aposentadoria é que prejudicaria os mais pobres porque eles começam a trabalhar mais cedo que os mais ricos e, portanto, teriam que trabalhar por mais anos. Segundo o estudo, isso seria um mito.
De acordo com os pesquisadores, apesar de entrarem mais cedo no mercado, os trabalhadores de baixa renda costumam trabalhar mais tempo na informalidade, sem carteira assinada e sem contribuir com o INSS. Por isso acabam não conseguindo optar pela aposentadoria por tempo de contribuição — que exige 30 anos de contribuição para mulheres e 35 para homens, sem idade mínima.
As pessoas mais pobres, então, costumam se aposentar mais por idade.
"Aqueles com maior qualificação e rendimento, com trajetória laboral mais estável, tendem a se aposentar por ATC [Aposentadoria por Tempo de Contribuição] na faixa dos 50 anos (idade média de 54 anos), enquanto os mais pobres tendem a se aposentar por idade (média de 63 anos) ou pelo BPC/LOAS (média de 66 anos)", diz.
Dessa forma, uma idade mínima de 65 anos para a aposentadoria, como o governo quer, afetaria mais as pessoas mais ricas do que as mais pobres, de acordo com o estudo.
"Mais concretamente, há idade mínima para os trabalhadores urbanos de menor rendimento e não há para aqueles de maior rendimento", afirmam os pesquisadores no estudo.
85/95 agrava problema
Os pesquisadores ainda criticam a regra 85/95, que entrou em vigor no ano passado. Ela permitiu que pessoas consigam a aposentadoria integral mais cedo, sem ter o valor reduzido pelo fator previdenciário.
Para eles, não há base para a regra "exceto o desejo político de aumentar o valor das aposentadorias exatamente do grupo que já tinha o maior valor médio de benefício […] e uma certa incompreensão em relação ao papel do fator previdenciário, que era um substituto (imperfeito) da idade mínima".
Fonte: UOL
Notícias Relacionadas
UGT reúne sindicalistas em Campinas
Feeb SP/MS participa da abertura e elege delegados para conferência estadual A União Geral dos Trabalhadores (UGT) realizou, nesta quinta-feira (13), em Campinas, uma plenária preparatória para a participação na II Conferência Nacional do Trabalho, reunindo dirigentes de diversas entidades sindicais do estado. A Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul […]
Leia maisCategoria aprova proposta de renovação do ACT Saúde Caixa
Assembleias realizadas pelos sindicatos da base da Feeb SP/MS confirmaram a aprovação da proposta negociada entre a Caixa e o movimento sindical Os sindicatos filiados à Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS) aprovaram, em assembleias virtuais encerradas às 14h desta quarta-feira (12/11), a proposta de renovação do Acordo […]
Leia maisPlenária da Feeb SP/MS esclarece proposta de renovação do ACT Saúde Caixa
As votações sobre a proposta seguem até as 14h desta quarta-feira (12/11) Empregados e empregadas da Caixa participaram, na noite desta terça-feira (11/11), da plenária convocada pela Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS) para discutir a proposta de renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Saúde Caixa. […]
Leia mais