Pessoas físicas apostam em títulos do governo

10.12.2015

Por Suzana Liskauskas Montar uma estratégia de investimento com foco no longo prazo e que, ao mesmo tempo, possa ser uma alternativa para garantir uma renda no momento da aposentadoria vem se tornando um hábito comum no segmento de pessoa física. Apesar de a aquisição de um plano de previdência privada fazer parte do portfólio […]

Por Suzana Liskauskas

Montar uma estratégia de investimento com foco no longo prazo e que, ao mesmo tempo, possa ser uma alternativa para garantir uma renda no momento da aposentadoria vem se tornando um hábito comum no segmento de pessoa física. Apesar de a aquisição de um plano de previdência privada fazer parte do portfólio de muitos investidores, a evolução de educação financeira está tornando mais frequente a formação de carteiras de pessoas físicas baseadas em títulos do governo atrelados à inflação, também um dos ativos prediletos dos gestores de fundos de previdência.

Em tempos de estresse financeiro, especialistas indicam que uma alocação consciente de títulos atrelados à inflação é uma decisão segura para defender o patrimônio. Na raia vizinha, os investimentos em fundos de previdência privada estão no páreo por também apresentarem atrativos no cenário de longo prazo.

O economista e especialista em previdência Keyton Pedreira, CEO das empresas KLP Soluções em Seguros e BuscaPrev Soluções em Previdência, explica que há vantagens e desvantagens em investimentos em previdência privada e Tesouro Direto. No caso da previdência privada, Pedreira destaca os benefícios fiscais. Se a opção for o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), o investidor pode reduzir a base tributável para o IR em até 12%. Outra vantagem tributária é a cobrança de IR apenas no resgate ou no momento da aposentadoria, no PBGL ou no Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). "Nos fundos VGBL ou PGBL, as entidades de previdência são as responsáveis pela gestão dos investimentos, o nque traz tranquilidade e comodidade ao investidor.

Por outro lado, as taxas de gestão na previdência privada, em regra, são superiores a 1% ao ano. Exceto para valores aportados acima de R$ 500 mil, em que a taxa de administração fica em torno de 0,7% ao ano.
Vale lembrar que algumas entidades de planos de previdência também cobram a taxa de carregamento, incidindo sobre o valor de cada contribuição ou aporte", explica Pedreira.

Alocação consciente de títulos atrelados à inflação é uma decisão segura para defender o patrimônio

Deborah Bloise, operadora do Home Broker da Coinvalores, comenta que as mudanças ocorridas nos últimos anos tornaram os investimentos em Tesouro Direto mais competitivos no mercado. Ela destaca que o risco é baixo, por ser o risco soberano, e o valor mínimo da aplicação é de R$ 30.

"No cenário atual, o interesse pelos investimentos em Tesouro Direto aumentou. O número de investidores em Tesouro Direto está praticamente igual ao de investidores na Bolsa. O Tesouro Direto oferece liquidez diária, então, se o investidor quiser compor uma reserva de emergência, pode aplicar em LFT, Tesouro Selic, um título mais conservador. Se a estratégia for de longo prazo, pode montar uma carteira com títulos atrelados à inflação
com vencimento daqui a 20 anos. O importante é estar atento às especificações dos títulos", diz Deborah.

Bruno Carvalho, gerente de renda fixa da Guide Investimentos, ressalta que o brasileiro, de um modo geral, está mais atento à diversificação de investimentos, passou a alocar recursos em previdência privada e está começando a deixar de se contentar com produtos que rendem 80% do CDI. Embora, segundo Carvalho, o investidor pessoa física ainda tenha dificuldade de entender processos como marcação a mercado. "A percepção de custo oportunidade melhorou muito no investidor pessoa física. Na compra de títulos do governo, o investidor tem um custo menor no que se refere às taxas de administração e custódia, embora ele tenha que abrir uma conta em uma corretora. Porém, ele precisa ter disciplina para estabelecer uma periodicidade de investimentos. Além do Tesouro Direto, o investidor pessoa física pode fazer uma compra via mesa de renda fixa e aumentar seus ganhos, o que deve ser feito com a ajuda de um assessor financeiro", detalha Carvalho.

Além da vantagem tributária, no caso do investimento em previdência privada, André Leite, sócio da TAG Investimentos, chama a atenção para o planejamento sucessório. Leite alerta que, no momento do falecimento do titular do fundo de previdência privada, os valores investidos não entram em inventário e podem ser resgatados quase imediatamente.

Se o intuito do poupador é o momento da aposentadoria, o importante é perseguir o juro real.

Quanto a investimentos diretos em títulos do governo, Leite reforça que, se o intuito do poupador é o momento da aposentadoria, o importante é perseguir o juro real. Nesse caso, ele indica que a composição de uma carteira com títulos atrelados à inflação, como os NTNB carregados até o vencimento, pode ser uma boa estratégia para defender o patrimônio em momento de estresse econômico.

"O momento é muito bom para comprar NTNB e carregar até o vencimento. Em termos de juro real, é um dos maiores do mundo. Porém, ao optar por títulos do governo, o investidor precisa se preocupar com a segurança fiduciária. Verificar em que instituição os títulos estão custodiados", acrescenta.

Leonardo Bortoloto, sócio da Aditus Consultoria, diz que o investidor em Tesouro Direto deve escolher vencimentos atrelados à faixa etária dele e prestar atenção ao prêmio de mercado. Bortoloto destaca que o investimento em Tesouro Direto ficou mais fácil para a pessoa física, que, por sua vez, precisa ter mais disciplina e conhecer os prazos em que o dinheiro estará disponível.

"O próprio site do Tesouro Direto tem uma calculadora que auxilia o investidor a acompanha o fluxo ao longo do tempo. No entanto, ao compor uma carteira de renda fixa, o investidor precisa estar ciente de que sempre há riscos. A questão da marcação a mercado impacta, ele precisa estar preparado para trabalhar com um cenário de longo prazo", diz Bortoloto.

Fonte: Valor Econômico 

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