Reajuste de 6,1% é desrespeito. Cadê o aumento real?

05.09.2013

Proposta global apresentada pela Fenaban negligencia as principais reivindicações da categoria. Dia 12 tem assembleias para convocar greve Na quarta rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, a Fenaban propôs reajuste de 6,1% para os salários e demais verbas. A representação sindical rejeitou a proposta da Fenaban, classificando-a como uma provocação. “Essa proposta […]

Proposta global apresentada pela Fenaban negligencia as principais reivindicações da categoria. Dia 12 tem assembleias para convocar greve

Na quarta rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, a Fenaban propôs reajuste de 6,1% para os salários e demais verbas. A representação sindical rejeitou a proposta da Fenaban, classificando-a como uma provocação. “Essa proposta de reajuste é um desrespeito, correspondendo apenas à reposição da inflação do período, sem ganho real. E os bancos têm a cara de pau de afirmar que é a proposta é final, para fechar acordo”, afirma o representante da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS), Aparecido Roveroni.

O secretário-geral da Feeb SP/MS, Jeferson Boava, completa que “a Fenaban enrolou durante três rodadas, prometeu anunciar uma proposta global, mas o que se tem até o momento não contempla nada da pauta da categoria. Não contempla aumento real, não valoriza a PLR, o piso e os tíquetes. E não contempla as questões relativas à saúde, condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades”.

PLR

Em relação a Participação nos Lucros e Resultados – PLR, a proposta dos bancos é 90% do salário mais R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61; e parcela adicional de 2% do lucro líquido dividido entre os funcionários, com teto de R$ 3.267,88.

Adiantamento emergencial

Na atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), quando o funcionário se afasta por motivo de saúde e comprova o agendamento da pericia médica junto ao INSS, o banco garante um adiantamento salarial ao empregado até o início do recebimento do beneficio da Previdência Social. No caso de indeferimento do pedido de afastamento pelo INSS, o banco desconta o adiantamento feito, em parcelas que não podem ultrapassar 30% dos rendimentos do funcionário. Pela proposta feita hoje, o empregado fica desobrigado de devolver o adiantamento.

Adoecimento

A Fenaban propôs que seja constituído um grupo de trabalho, com nível político e técnico, para análise das causas dos afastamentos no setor.

Prevenção de conflitos

A Fenaban propôs reduzir de 60 para 45 dias o prazo para os bancos responderem às denúncias encaminhadas pelos Sindicatos. Ainda sobre este assunto, os banqueiros desejam realizar reuniões específicas para aprimorar este processo.

Tecnologia

Os banqueiros propõem a realização, em data a ser combinada, de um seminário sobre tendências da tecnologia no cenário bancário mundial.

Jornada

A proposta é criar um grupo de trabalho para conduzir a discussão sobre jornada de trabalho.

Estabilidade – proposta da Fenaban retira direitos

Quanto a estabilidade pré-aposentadoria, os bancos querem alterar a redação da cláusula 25 da CCT, prevendo assim que a estabilidade tenha validade somente para o período de aquisição proporcional ou integral (o que ocorrer primeiro).

Mobilização é a resposta. Comando aponta calendário de luta

12 de setembro – Os sindicatos realizam assembleias para rejeitar a proposta e decretar greve por tempo indeterminado a partir do dia 19.
17 – Mobilização em Brasília para pressionar os deputados federais a arquivar o projeto de lei 4330, durante a audiência pública sobre o PL no plenário da Câmara.
18 – Assembleias organizativas para encaminhar a greve.
19 – Deflagração da greve nacional dos bancários por tempo indeterminado.

Principais reivindicações da categoria

– Reajuste salarial de 11,93%: 5% de aumento real, além da inflação projetada de 6,6%;

– PLR de três salários mais R$ 5.553,15;

– Piso de R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese);

– Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional);

– Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários;

– Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que permite que qualquer atividade seja terceirizada e precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas;

– Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;

– Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;

– Prevenção contra assaltos e sequestros, com fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários;

– Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes.
 

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