Renda do trabalhador cai em 2022 e segue estagnada desde 2012

02.03.2023

Ganho médio mensal foi de R$ 2.715 no ano passado, 1% a menos que em 2021 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem (28), a edição mais recente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). O documento constatou queda no rendimento do trabalhador brasileiro de 1% em 2022 em […]

Ganho médio mensal foi de R$ 2.715 no ano passado, 1% a menos que em 2021

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem (28), a edição mais recente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). O documento constatou queda no rendimento do trabalhador brasileiro de 1% em 2022 em relação a 2021.

De acordo com o levantamento, a renda média mensal recebida por cada trabalhador em 2022 foi de R$ 2.715. O valor representa R$ 28 a menos do que em 2021.

O IBGE avalia que o rendimento do trabalhador segue praticamente estagnado desde 2012. De acordo com o instituto, a média do ganho mensal cresceu apenas 1,3% nos últimos dez anos, já a inflação oficial no país teve alta acumulada de 81% no período. “As análises mostram que os preços no Brasil quase dobraram desde 2012, em contrapartida, o ganho do trabalhador manteve-se praticamente estagnado”, diz o secretário geral da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/SM), Reginaldo Breda.

Desemprego

O IBGE divulgou também os números do desemprego no País. O ano de 2022 encerrou com cerca de 10 milhões de trabalhadores desempregados, o que corresponde a uma taxa de desemprego média de 9,3%. Comparado ao ano de 2021, houve uma redução de 3,9 milhões no número de desempregados, ou seja, 27,9% de queda no ano. Já o número de pessoas em busca de trabalho é 46,4% mais alto do que em 2014, quando o mercado de trabalho tinha o menor contingente de desocupados da série histórica da Pnad Contínua: 6,8 milhões.

Números da pesquisa

Em 2022, 56,6% das pessoas com idade para trabalhar estavam ocupadas. Em 2013 e 2014, eles representavam 58,1%. Cerca de 24,1 milhões de pessoas consideravam-se subutilizadas em 2022. Em 2014, eram aproximadamente 15,6 milhões de pessoas.

Em 2022, 4,3 milhões de pessoas estavam desalentadas – situação em que a pessoa gostaria de trabalhar, porém não procura emprego por achar que não vai encontrar. Em 2014, eram 1,5 milhão.

Emprego sem carteira cresce mais

A pesquisa mostra ainda, o total de ocupados no país, que chegou a 98 milhões, maior média anual da série, com crescimento de 7,4% sobre 2021. O número de empregados sem carteira no setor privado (12,9 milhões) cresceu mais que o de trabalhadores com carteira (35,9 milhões). Os aumentos foram de 14,9% e 9,2%, respectivamente.
Já o número médio de trabalhadores por conta própria subiu 2,6%, para 25,5 milhões. Por sua vez, os empregados no setor doméstico, onde predomina a informalidade, aumentou 12,2%, somando 5,8 milhões.
Com esses resultados, a taxa média de informalidade oscilou de 40,1%, em 2021, para 39,6%. Mas fica acima das taxas registrada em 2016 (38,6%) e mesmo em 2020 (38,3%).

“São números que merecem nossa atenção, uma vez que colocam em risco a segurança e os direitos dos trabalhadores. A informalidade, bem como a terceirização, retiram diretos e deixam sem cobertura trabalhista. Cada vez mais devemos pensar em políticas públicas voltadas para a representatividade e defesa de todos os trabalhadores”, explica o representante da Feeb SP/MS.

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