Sindicato de Piracicaba apresenta à imprensa o Perfil da Mulher Bancária

08.03.2014

Iniciando a programação em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o SINDBAN (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região) apresentou na manhã desta sexta-feira, 7, o Perfil da Mulher Bancária à imprensa local. O Perfil Bancário é uma iniciativa do Sindicato, realizado anualmente, e foi apresentado na sede do Sindicato como marco do início das […]

Iniciando a programação em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o SINDBAN (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região) apresentou na manhã desta sexta-feira, 7, o Perfil da Mulher Bancária à imprensa local. O Perfil Bancário é uma iniciativa do Sindicato, realizado anualmente, e foi apresentado na sede do Sindicato como marco do início das comemorações da Semana da Mulher, organizada através de parceria com o mandato do Vereador Paiva. Após a coletiva, o Sindicato ofereceu um almoço às mulheres da Imprensa como forma de homenageá-las pelo dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

A pesquisa foi desenvolvida no mês de janeiro nas 21 cidades da base do Sindicato, onde foram coletadas informações em 159 agências de 11 bancos. Diretores e assessores do SINDBAN entrevistaram 1.342 bancários, sendo 767 mulheres (57%) e 575 homens (43%). A pesquisa traçou o perfil da categoria identificando questões como gênero, raça e orientação sexual, além de dados referentes a questões salariais, qualificação e assédio dentro do local de trabalho.

Infelizmente, a realidade da mulher bancária é que ela tem mais formação, porém continua ganhando menos que os homens. A maioria é de jovens, casadas, com boa formação educacional, porém continuam recebendo salários mais baixos. “Com esta pesquisa pudemos comprovar mais uma vez que as mulheres continuam recebendo menos que os homens, mesmo com uma formação melhor. Precisamos ampliar ainda mais as discussões políticas para reconhecimento e respeito da mulher na categoria bancária”, afirmou o presidente do SINDBAN e vereador, José Paiva.

O que ficou evidenciado no Perfil da Mulher Bancária é que 22,03% delas têm menos de 35 anos, comprovando que a categoria rejuvenesceu, já que apenas 12,13% das mulheres têm idade acima de 46 anos. A maioria delas é casada (51,50%) e cerca de 45% possuem filhos, ressaltando a importância de manter a luta da categoria por um auxílio creche justo às bancárias.

DESIGUALDADE RACIAL – As mulheres negras no sistema financeiro continuam sendo minoria. Das 767 mulheres que responderam o questionário, 91,79% são brancas, contra 2,74% de negras. Para mudar este quadro, o Sindicato atua junto ao Núcleo de Gênero, Raça e Orientação Sexual da Contraf-CUT, onde reuniões e ações sobre o assunto são realizadas durante todo o ano.

A vice-presidente do Sindicato, Angela Ulices Savian, faz parte do Núcleo e ressaltou durante a coletiva as ações desenvolvidas em 2013 e previstas para 2014. “Nos reunimos com representantes da Fenaban em 2013 solicitando que fosse incluída uma cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho que exigisse a contratação de 50% de bancários negros, porém a Fenaban não aceitou. Não desistimos e vamos continuar na luta para aumentar a equidade de gênero dentro da categoria”, afirmou.

Angela acrescentou que uma das conquistas do movimento sindical foi a realização do Censo da Diversidade, que será aplicado de 17 de março até 25 de abril em todo o país. Através do questionário, os sindicatos poderão trabalhar com o perfil completo da categoria, assegurando condições igualitárias na contratação e na ascensão laboral de todos os trabalhadores, independente de sexo, gênero, raça/cor, etnia, ou pessoas com deficiência, podendo ainda identificar avanços ou retrocessos. Este Censo pretende chegar à cerca de 486 mil bancários, que corresponde a 98% dos funcionários de 19 bancos.

PRECONCEITO ENTRE HOMENS E MULHERES – A pesquisa comprova que, comparado com os dados de 2013, caiu o percentual de mulheres nos cargos de gerente geral, gerente de relacionamento e assistente de gerente, mesmo que a maioria (55,67%) tenha Ensino Superior completo. Em 2013, eram 34 gerentes gerais contra 32 neste ano. Já no cargo de gerente de relacionamento, caiu de 183 no ano passado para 169 em 2014. Em 2013 eram 89 assistentes de gerente na base do SINDBAN; neste ano são 85.

Consequentemente, elas passam a ganhar menos também. A média salarial entre a maioria das mulheres bancárias (25,55%) é de R$ 1.501,00 a 2.172,00. Apenas 1,69% recebe acima de R$ 10 mil por mês. Porém, a realidade dos homens é diferente. A maioria deles (22,78%) recebe entre R$ 3.621,00 e R$ 5.792,00, mais de R$ 2.000,00 acima que as mulheres. Além disso, mais de 6% dos bancários recebem mais que R$ 10 mil por mês.

ASSÉDIO MORAL EM ALTA – Dois itens da pesquisa do Perfil Bancário eram referentes à discriminação e o assédio e a resposta foi alarmante: 21,25% das mulheres afirmaram que já sofreram algum tipo de assédio, sendo a maioria assédio moral. Houve um aumento no número de mulheres que sofreram assédio se comparado ao ano passado, já que em 2013, 18,13% das entrevistadas fizeram esta afirmação. Que sofreram algum tipo de discriminação no ambiente de trabalho foram 5,97% mulheres, contra 6,87% em 2013.

Os bancos que apresentam maior registro de assédio moral em 2014 foram: Banco do Brasil (31%), Santander (22%), Caixa Econômica Federal (17%), Itaú (16%), Bradesco (15%) e HSBC (11%). Paiva salientou que o único banco que apresentou baixa com relação a 2013 foi o Bradesco, banco que foi alvo de inúmeros manifestos em 2013 na sede do SINDBAN em função de denúncias de assédio moral. “A atuação do Sindicato faz a diferença e o que buscamos hoje em dia é conversar diretamente com os gestores, explicar que a forma de cobrar resultados dos bancários não é com assédio. Oferecemos ainda apoio psicológico, caso necessário, para que reduza a zero o número de bancários e bancárias adoentadas em função do assédio”.

TRAÇADO O PERFIL DAS MULHERES – Com a pesquisa do Perfil da Mulher Bancária chegamos a seguinte conclusão: em Piracicaba e Região, a maioria das bancárias (22,03%) está na faixa etária entre 31 e 35 anos, sendo a maioria casada, de 51,50%. Mais de 55% das mulheres entrevistadas possuem o Ensino Superior Completo, sendo o cargo de Caixa ocupado pela maioria (24,38%). E, grande parte das mulheres tem salários menores que os homens. “Agora, com esses dados em mãos, a luta se amplia para que esta desigualdade diminua”, finalizou Paiva.

Michelle Bottin – Sindicato de Piracicaba 
 

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