
Durante os atos foi entregue aos funcionários e clientes das quatro agências – Moraes Barros, Governador, Select e XV de Novembro – uma carta aberta retratando o drama das demissões para as famílias dos bancários
Demissões em massa. Descaso com os bancários. Condições precárias de trabalho. Esta é a realidade vivenciada atualmente por funcionários do Santander. O Banco é hoje o que mais está cortando empregos no Brasil, segundo levantamento do Dieese. Em função disso, foram realizados atos e manifestos em todo Brasil nesta quinta-feira, 19, Dia Nacional de Luta contra demissões no Santander.
Diretores, funcionários e assessores do SINDBAN (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região) se engajaram e visitaram quatro agências de Piracicaba onde organizaram atos contra as demissões realizadas pelo banco nos últimos anos.
Até setembro deste ano, o banco espanhol eliminou 3.414 postos de trabalho, na contramão da economia brasileira, que gerou 1,3 milhão de vagas no período. Entre setembro de 2012 e 2013, a redução foi de 4.542 empregos, uma queda de 8,2% no quadro de funcionários. As demissões pioram ainda mais as condições precárias de trabalho e o atendimento aos clientes. “Mais um ano chegando ao fim e nós voltamos às agências protestando pelo fim das demissões. O Santander não está respeitando os bancários e demite cada dia mais. Isso tem que acabar”, afirmou a vice presidente do SINDBAN, Angela Ulisses Savian.
Durante os atos foi entregue aos funcionários e clientes das quatro agências – Moraes Barros, Governador, Select e XV de Novembro – uma carta aberta retratando o drama das demissões para as famílias dos bancários. “Conversamos com os funcionários e reafirmamos nosso papel no Sindicato de lutar por toda categoria, repudiando a atitude do banco e ficando sempre à disposição dos bancários”, salientou Angela.
O Santander obteve lucro de R$ 4,3 bilhões até setembro no Brasil, o que representa 24% do lucro mundial, o maior resultado entre todos os países onde o banco atua. Com tantas demissões, faltam cada vez mais funcionários nas agências, causando sobrecarga de serviços, assédio moral, estresse, insegurança e adoecimento de bancários, piorando as condições de trabalho e prejudicando a qualidade de atendimento aos clientes.
Não é à toa que o Santander foi o campeão do ranking de reclamações de clientes no Banco Central em 2013. Além disso, cobra altas taxas de juros e tarifas abusivas dos clientes, enquanto gasta milhões de reais com o patrocínio da Copa Libertadores e da Fórmula 1.
Ao mesmo tempo, o Santander engordou a remuneração dos altos executivos. Entre 2010 e 2013, o ganho médio anual de um diretor do banco aumentou 67% no Brasil, chegando a R$ 7,915 milhões. Também subiu anualmente entre 2003 e 2013 o retorno total do acionista do banco em todo o mundo.
Neste Natal e Ano Novo, os bancários não querem peru, nem panetone e nem lembrancinha do Santander, mas exigem um novo modelo de gestão, com o fim das demissões, rotatividade, corte de empregos, terceirizações, metas abusivas e adoecimento de funcionários. Os bancários reivindicam mais contratações, melhores condições de saúde, segurança e trabalho, igualdade de oportunidades e valorização dos aposentados.
Redação: Michelle Bottin, com informações da Contraf
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