
Os 23 sindicatos da base da Federação realizaram assembleia nesta quinta-feira (01) e aprovaram a rejeição da proposta da Fenaban e a deflagração de greve da categoria por tempo indeterminado, a partir da 0h00 do próximo dia 06 (terça-feira).
A greve foi o caminho encontrado pelos bancários para continuar a luta por um salário mais justo, já que a Fenaban, em mais de um mês de negociação, não apresentou proposta digna, nem qualquer avanço nas reivindicações apresentadas pelos representantes dos trabalhadores.
A proposta rejeitada pela assembleia oferecia reajuste salarial de 5,5%, abaixo da inflação de 9,88%, o que representaria uma perda de 4% aos bancários e mais abono de R$, 2,5 mil, um retrocesso nas conquistas da categoria que vinha de um histórico de 10 anos de aumento real e um escárnio, já que a lucratividade dos bancos continua em alta, apesar da crise.
Veja a opinião de alguns dirigentes
“É um insulto, desrespeito, rebaixada. Afinal, o ganho conjunto de quatro gigantes (Itaú, Bradesco, Santander e BB) totalizou R$ 33,8 bilhões no primeiro semestre. O país vive uma crise; o setor financeiro, não. Aliás, neste ano os Bancos deixaram de lado a política de repor a inflação e aumento real, de valorizar o trabalho bancário, e retomaram o abono como mecanismo para recompor a massa salarial. Abono, no entanto, não incorpora ao salário. Em outros termos, a proposta não contempla as reivindicações dos bancários; entre elas, 16% de reajuste (incluindo 5,7% de aumento real). Agora é greve. E a expressiva participação dos bancários na assembleia de hoje deixa bastante claro que a mobilização será forte” – Jeferson Boava, presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região e integrante do Comando.
“Estamos abertos ao diálogo. Ontem mesmo (anteontem 29/09) foi enviado um ofício à Fenaban cobrando a reabertura das negociações e a apresentação de uma nova contraproposta à categoria, mas até agora só tivemos o silêncio dos banqueiros como resposta. Diante disso, não nos resta outra alternativa a não ser cruzar os braços” – Edson Santos, presidente do Sindicato dos Bancários de Franca e Região.
“Hoje a proposta e o comportamento da Fenaban tiveram resposta inédita, o que demonstra a insatisfação da categoria com essa proposta. Cabe agora ao sindicato dar vazão a essa disposição, organizar a intervenção, levar informação para os clientes e para os bancários ausentes da decisão firme tomada em assembleia, em resposta à atitude irresponsável e desrespeitosa dos bancos.” – José Antonio Fernandes Paiva, presidente do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região.
“Estamos diante de um retrocesso, pois se aceitarmos esse índice de reajuste, nosso salário sofrerá perdas de ganho real. Os banqueiros estão prevendo uma inflação de 5,5% em 2016 no Brasil, mas não podemos arriscar num cenário tão instável como esse. É um desrespeito à categoria” – Julio Cesar Machado, presidente do Sindicato dos Bancários de Sorocaba e Região.
Principais reivindicações da categoria
Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real).
PLR: 3 salários mais R$7.246,82.
Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Calendário da Greve
05/10 – Assembleias organizativas para a greve;
06/10 – Greve a partir das 0h00
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