Sindicatos da base da Federação realizaram paralisações e mobilizações no dia Nacional de Lutas na última terça-feira (29), em resposta à proposta acintosa da Fenaban – que ofereceu reajuste de 5,5%, abaixo da inflação de 9,88%, o que representa uma perda de 4% aos bancários, impondo retrocesso à categoria e mais abono de R$, 2,5 mil – e farão assembleia nesta quinta, 01 de outubro para deliberar sobre a greve, que se aprovada, ocorrerá por tempo indeterminado e terá início a partir da 0h00 do dia 06.
Confira como foram as mobilizações dos sindicatos
Campinas
Em preparação à greve nacional, bancários de quatro agências Estilo do Banco do Brasil (Maria Monteiro, Norte-Sul, Campinas e Barão de Itapura), do prédio da Caixa Federal Centro (agência e departamentos), da agência Moraes Salles do Itaú (mais duas Empresariais) e dois Personnalité (Cambuí e Norte-Sul), do Bradesco Cel. Silva Telles (mais seis departamentos na agência Centro), do Santander (Select e agência Barão de Itapura (mais superintendência regional) e HSBC Prime Nova Cambuí paralisaram os serviços, na última terça-feira (29) até às 12h, retardando o atendimento ao público em duas horas, em Campinas.
A paralisação, que faz parte de novo Dia de Luta da Campanha, é a quarta coordenada pelo Sindicato dos Bancários de Campinas e Região desde o início do processo de negociação com a Fenaban, no dia 19 de agosto.
Nas três primeiras paralisações, o atendimento foi retardado em uma hora; na de terça-feira, duas horas. E mais: desde o dia 20 de agosto já foram realizadas 236 reuniões em Campinas e nas subsedes do Sindicato na Região; em discussão, a Campanha Nacional.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região, Jeferson Boava, a categoria bancária tem demonstrado disposição de luta durante as atividades de Campanha. “Agora, diante do insulto da Fenaban, que propôs reajuste abaixo da inflação, é rejeição e greve”.
Assembleia dia 1º, na sede
Nesta quinta-feira, dia 1º de outubro, o Sindicato realiza assembleia na sede, às 19h. Na pauta, proposta dos Bancos e deflagração de greve a partir do dia 6 (terça-feira). Participe. Quem decide o rumo da Campanha é você, bancário.
Piracicaba
O Sindicato dos Bancários de Piracicaba (SindBan) intensificou as lutas nas cidades de sua base territorial. Na manhã de terça-feira (29), os trabalhos das agências do Santander e do Itaú, da Av. Independência, de Piracicaba, foram paralisados por uma hora em resposta a proposta de reajuste de 5,5% feita pela Fenaban, no dia 25, que sequer repõe a inflação de 9,88% (INPC), e representaria perdas de 4% aos bancários. As paralisações já ocorreram nas cidades de Capivari, São Pedro e Santa Bárbara D`Oeste.
Será realizada no dia 1º, assembleia para avaliar e deliberar acerca de paralisação das atividades por prazo indeterminado a partir da 0h do dia 6, terça-feira.
O presidente do SindBan, José Antonio Fernandes Paiva, conta que, além de postergarem a proposta que era esperada para o dia 16, os bancos não deram possibilidade de negociação. “Após 10 anos de conquistas com aumento real, a proposta apresentada pelo setor patronal foi inaceitável diante da rentabilidade que os bancos tiveram só no primeiro semestre deste ano”. O lucro dos principais bancos do país foi de R$36,3 bilhões. Paiva ressalta que o movimento sindical não trabalhou para a realização da greve, mas buscou o acordo. “A categoria vai decidir se aceita ou não o que os bancos propuseram a pagar em assembleia. Decidido pela greve, juntos, faremos com que a paralisação seja mais forte e dure menos tempo, para que o bancário volte às agências com reconhecimento e respeito ao seu trabalho.”
Aos bancários mais jovens, o presidente do sindicato também esclarece que o abono de R$ 2,5 mil oferecido pela Fenaban não resolve, pois não é incorporado ao salário. “Esse abono será pago só uma vez e o valor seria bem menor, pois incide imposto de renda e INSS.”
A luta é todos – O diretor Jaime Perim explica que os bancos usam a inflação real para a obtenção de seus ganhos, mas não usam para os bancários. “Estamos de luto por conta desse descaso e indiferença do sistema financeiro. Nossa única arma é a greve. Por isso, participar da assembleia, que é soberana, é muito importante. Definido por fazer a paralisação, que ela represente a nossa indignação com essa proposta absurda.”
Segundo o diretor da regional de Capivari, Ubiratan Campos do Amaral, em 2013 e 2014, o reajuste foi maior que a inflação e aceitar a proposta dos bancos seria desvantagem para a categoria. “Não podemos aceitar, seria retrocesso em comparação com as conquistas das lutas anteriores. Ficamos indignados com a falta de reconhecimento por parte dos bancos com os bancários.”
Mote da Campanha – Mais uma vez os sete pecados do capital (Mentira, Ganância, Assédio, Ostentação, Discriminação, Irresponsabilidade e Terceirização) foram lembrados pelos dirigentes sindicais. A vice-presidente, Angela Ulices Savian, destaca que o sistema financeiro comete esses pecados diariamente. “É lamentável! Por imposição, os bancários precisam cumprir metas de 200%. Uma pequena falha, eles respondem por isso. Dia 1º pedimos que a categoria apareça em peso na assembleia, para que a discussão seja mais ampla.”
Sorocaba
A diretoria do Sindicato dos Bancários de Sorocaba e Região realizou ato nas agências bancárias convocando os funcionários para participarem da assembléia, que acontecerá na sede da entidade dia 01 de outubro, às 19h.
O ato também chamou atenção para a injustiça da proposta dos banqueiros. Fantasiados de caveira (tema da campanha salarial deste ano) e com nariz de palhaço, os dirigentes sindicais percorreram as dependências das agências fazendo alusão à "palhaçada" proposta pelos bancos.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Sorocaba e Região, Julio Cesar Machado, o banqueiro humilhou a categoria com essa proposta tão baixa, uma vez que a inflação declarada em 12 meses está em 9,5%."Os banqueiros afirmam que a inflação cairá em 2016, daí o motivo da proposta. Afirmam também que a crise não afetará a lucratividade deles. É uma afronta, um desrespeito total para com o povo brasileiro, pois esparramam nossas atividades entre correspondentes, cobram caro pelo serviço, não oferecem segurança e expõem o cidadão ao mau atendimento. Irresponsáveis com a conjuntura nacional, continuam pensando somente em seus lucros", enfatiza Julio.
Fonte: SEEB Campinas, SEEB Piracicaba e SEEB Sorocaba
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