
O governo avalia a possibilidade de limpar os balanços de alguns bancos públicos com uma operação de transferência de créditos "podres" para a Empresa Gestora de Ativos (Emgea). Já foram feitas várias reuniões com técnicos da Emgea, do BNDES, da Caixa e dos ministérios do Planejamento e da Fazenda para discutir o assunto, que também já foi levado aos conselhos de administração do BNDES e do Banco do Nordeste. O debate está restrito à área técnica do governo e a ideia surgiu como uma forma de viabilizar a expansão de crédito dos bancos estatais. Seria uma maneira, também, de abrir espaço para eles se adaptarem às regras mais restritivas de Basileia 3.
A medida liberaria recursos destinados a provisões, com impactos positivos no capital. Equivaleria, assim, a uma capitalização dessas instituições. A Caixa, por exemplo, já estaria com seus limites de expansão de crédito próximos às regras de Basileia e precisaria de uma capitalização. Nas reuniões já realizadas, o Tesouro se posicionou contra a estratégia de usar a Emgea. Os defensores da ideia, contudo, a consideram uma solução também para BNDES e BNB e não descartam nem o Banco do Brasil. Por enquanto, ainda não há uma análise sobre o impacto da medida na alavancagem do crédito nas instituições públicas e quais critérios seriam usados para a transferência desses empréstimos problemáticos à Emgea.
Tecnicamente, segundo assessores do governo envolvidos no debate, os créditos ruins seriam "vendidos" para o Tesouro e repassados à Emgea, que faria a cobrança dos débitos, dando um alívio de caixa às instituições.
O balanço da Caixa do primeiro trimestre mostra que ela já está muito próxima do capital mínimo exigido. Pelas regras do Banco Central, para cada R$ 100 em empréstimos, o banco precisa ter R$ 11 de patrimônio como uma espécie de reserva. É o chamado índice de Basileia, que no Brasil é de 11%. O da Caixa é de 12,8%. Em geral, o Banco Central não espera o banco chegar ao limite, e o fato de se aproximar do patamar mínimo já é motivo para adequação.
Fonte: Valor Econômico
Leia também: Caixa pode se livrar de R$ 5 bi em créditos vencidos
Notícias Relacionadas
Com 98,6% dos votos, chapa Participação, Escuta e Ação é eleita para o Sindicato dos Bancários de Piracicaba
Resultado reafirma unidade da categoria Nesta quirta-feira (22), a categoria bancária demonstrou coesão ao participar de forma expressiva da eleição para a nova diretoria do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região (SindBan). A participação dos bancários associados alcançou 81,9%, um índice que reforça o compromisso da base com a representação sindical. Com 98,6% dos […]
Leia maisAprovado acordo da PCR 2025/2026 para bancários do Itaú
Feeb SP/MS e sindicatos filiados orientaram voto favorável; pagamento será em setembro A assembleia virtual realizada no dia 21 de maio aprovou, com ampla maioria, o Acordo Coletivo de Trabalho da Participação Complementar dos Resultados (PCR) para os anos de 2025 e 2026 no Banco Itaú. A votação foi conduzida pela Federação dos Empregados em […]
Leia maisNova Tabela PIP é aprovada e representa avanço histórico na previdência dos funcionários do Banco do Brasil
Após quase três anos de mobilização do movimento sindical, proposta defendida pela categoria avança para etapa final de aprovação e beneficiará milhares de associados da Previ Futuro. Mais um importante avanço para os trabalhadores e trabalhadoras do Banco do Brasil: a nova Tabela de Pontuação Individual do Participante (PIP), reivindicação histórica do movimento sindical, acaba […]
Leia mais