Qualidade de vida e relações do trabalho tem impulsionado as movimentações
O ativismo sindical ganhou força no último ano, nos Estados Unidos, com o aumento de greves e outras movimentações. As reivindicações vão além das questões financeiras, conforme demonstra a reportagem divulgada na última terça-feira (13) pela CNN Business.
(Veja a reportagem aqui.)
As principais demandas levadas em consideração pelos trabalhadores são a qualidade de vida e as relações do trabalho, fatores essenciais defendidos pelos sindicatos. O movimento coloca o país em risco de enfrentar sua primeira greve na área ferroviária em 30 anos, o que traria consequentemente impacto direto na economia americana. Apesar de o movimento provocar propostas mais adequadas, com pagamentos de benefícios e avanços salariais, os sindicatos que representam mais de 90 mil trabalhadores ainda não chegaram a um acordo final e deixam claro que a rejeição não é pela oferta salarial, e sim pelas regras de trabalho.
De acordo com a notícia, sindicatos relatam que milhares de trabalhadores estão deixando empregos em razão das condições insustentáveis de trabalho, entre elas, a obrigatoriedade do plantão, principal demanda.
Recorte nacional
No Brasil, estudos realizados pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que até abril de 2022, 47% dos desligamentos realizados foram a pedido. Entre as hipóteses de desligamentos a pedido estão: flexibilidade de mudanças promovidas pelo home office, migração de trabalhadores para bancos digitais, fintechs e corretoras de valores e esgotamento dos trabalhadores por pressões e metas abusivas.
“No último ano o saldo de emprego aparece positivo nas holdings, mas temos que levar em consideração que os números não incluem somente bancários, e sim profissionais da área de TI e investimentos. Já nos últimos meses de 2022, o saldo do emprego bancário aparece negativo. Mais de 92% deste saldo está associado à eliminação de vagas nos Bancos Múltiplos com carteira comercial”, explica Vivian Machado, analista do Dieese.
Ver gráficos ilustrativos abaixo.
Movimento sindical
A situação nos Estados Unidos demonstrou greves impulsionadas pela luta por mais condições de trabalho, aumento de protocolos de segurança e qualidade de vida aos trabalhadores.
De acordo com a reportagem, em 2022 foram registradas 263 greves. Um aumento de 84% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme banco de dados mantidos pela Universidade de Cornel.
A atuação dos trabalhadores refletiu significativamente no movimento sindical. De janeiro a julho deste ano foram realizadas 826 eleições sindicais nos locais de trabalho, um aumento de 45% em relação ao número realizado no mesmo período de 2021, segundo dados do National Labor Relations Board, que supervisiona as votações. Conforme relata a reportagem, a taxa de sucesso de 70% dos sindicatos nessas votações é muito melhor do que os 42% nos primeiros sete meses de 2021.
A importância dos sindicatos nestas atuações é ressaltada pelo presidente da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, David Zaia. “Recentemente tivemos a nossa campanha salarial e passamos por uma dura negociação. Rejeitamos inúmeras propostas até chegarmos à mais adequada, que inclui além de reajustes fundamentais, questões morais, de saúde e segurança ao trabalhador. As condições de trabalho e pautas sensíveis à categoria foram amplamente defendidas e obtivemos avanço graças a esse movimento que contou com a unidade de todos, trabalhadores e representantes”, disse.
O presidente destaca, ainda, a luta dos sindicatos frente às condições de trabalho ao longo dos anos. “Essa sempre foi nossa principal luta, obter direitos, ampliá-los e garanti-los aos trabalhadores. Podemos mencionar inúmeros deles, entre eles, a redução da jornada de trabalho em 1933, o auxilio creche em 1981, a primeira convenção coletiva de trabalho em 1992, seguida da cesta alimentação, aumento real, licença maternidade, combate ao assédio, e outros tantos benefícios ampliados e assegurados graças a essa interface do movimento sindical”, assegura.
Veja algumas considerações americanas que reforçam a importância da força sindical:
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